Por que as folhas mudam de cor no outono?
NATUREZA & ANIMAISO PORQUÊ DAS COISAS
O outono é a estação do ano em que a natureza sofre grande transformações, onde folhas verdes dão lugar a tons de amarelo, laranja, vermelho e, em alguns casos, uma curiosa cor roxa, mas o que provoca essa mudança? E por questão de sobrevivência, falta de algum nutriente ou outro fator pouco conhecido? Para entendermos melhor este evento precisaremos explorar os bastidores do processo de coloração das folhas, a função da clorofila e como o clima dá o toque final a esse fenômeno natural.
O Papel da Clorofila








Além da mudança de cor, o outono marca o início da queda das folhas (tecnicamente conhecido como abscisão). Tal queda e feita visando a economia de energia durante o inverno. As árvores decíduas (plantas que em determinada estação do ano perdem parcial ou totalmente suas folhas em virtude da diminuição de umidade e temperatura) produzem uma camada de células na base das folhas, fazendo assim que o fluxo de nutrientes e água seja interrompido. Ao caírem no solo, estas se tornam fonte de nutriente para as estacoes seguintes. Esse ciclo de vida é fundamental para a saúde das árvores e também para o ambiente ao redor, que se beneficia da decomposição das folhas no solo.
Assim, ao passar por todo esse processo, as arvores e outras plantas de comportamento similares frente a mudança de estacoes são capazes de sobreviver a tais diversidades em seu ambiente, garantindo assim que possam brotar novamente na primavera.
Fontes:
Imagem 1: Clorofila 3. Autor: Wilfredor. Licença: Creative Commons CC-BY-SA-2.5. Link para a imagem
Imagem 2: Flores amarelas de outono - panoramio. Autor: James Martins. Licença: Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0. Link para a imagem
Imagem 3: Folhas de bordo vermelho brilhante. Fotógrafo: Yana Ray. Licença: Domínio Público (CC0). Link para a imagem
Imagem 4: Árvore sem folhas. Fotógrafo: George Hodan. Licença: Domínio Público (CC0). Link para a imagem
Imagem capa: Autumn Leaves Montreal. Autor: Nicolas M. Perrault. Licença: Creative Commons CC0 1.0 Dedicação Universal ao Domínio Público. Link para a imagem.
Quando o verão termina e o outono chega, dias mais curtos e temperaturas mais frescas é a regra e nesse ambiente as árvores iniciam seu processo de adaptação para enfrentar o inverno. A diminuição da luz solar sinaliza a elas a necessidade de desacelerar a fotossíntese e reduzir a produção de clorofila. Quando isso acontece, variadas cores ocultas começam a emergir, exibindo os tons de amarelo, laranja e vermelho. Esse processo de transição para um estado de “hibernação” tem uma importância vital, pois economizar energia é crucial em um inverno em que água e luz solar estarão escassas.
Os Carotenoides: Amarelo e Laranja em Cena
Quando a clorofila se dissolve, os carotenoides finalmente têm seu momento de protagonismo. Esses pigmentos são responsáveis pelos tons dourados em arvores tais como o carvalho e bétulas. Diferente da clorofila, os carotenoides permanecem nas folhas durante todo o ano, embora não visíveis.
Os tons produzidos por esta substância química não existem sem motivo para as arvores. Na realidade, estas são um item importante no processo de adaptação para a estação mais fria do ano. Isso e interessante e revela que, mesmo sem folhas, as árvores continuam lutando por sua sobrevivência.
Antocianinas: A Magia do Vermelho e Roxo
Enquanto os carotenoides esperam pacientemente para aparecer, as antocianinas são, em muitos casos, produzidas apenas com a chegada do outono. Essas moléculas trazem as cores vermelho e roxo, e a sua produção é influenciada por condições específicas, tais como dias ensolarados seguidos de noites frias. Esse fenômeno é especialmente evidente em árvores como os bordos (amplamente conhecidas como “maples” nos Estados Unidos e Canadá), que exibem vermelhos intensos e marcantes.
Um questionamento valido neste tópico seria o porquê das árvores “escolherem” exibir essas cores. Bom, embora a ciência ainda esteja investigando, uma hipótese seria a de que as antocianinas podem funcionar como um escudo protetor contra o excesso de luz solar, permitindo uma decomposição mais segura da clorofila e prevenindo danos nas folhas durante o outono. Outras teorias acreditam que esses pigmentos poderiam ajudar a repelir pragas ou a proteger a planta de infecções, tornando-se uma defesa natural em um momento de vulnerabilidade.
Durante a primavera e o verão, o verde e a cor predominante. Essa tonalidade é devido a clorofila, um pigmento vital para a fotossíntese. O processo que criação dessa pigmentação se origina da transforma da luz solar em energia, permitindo que a planta sobreviva e cresça. A clorofila absorve especialmente as luzes azul e vermelha, refletindo a verde, criando a cor que associamos a uma folhagem saudável. Mas a clorofila não reina sozinha; nas profundezas das folhas, outros pigmentos estão escondidos, esperando o momento de brilhar. As Carotenoides, que oferecem tons de amarelo e laranja, e antocianinas, que variam do vermelho ao roxo, permanecem ocultos, mascarados pela força do verde.
O Adeus ao Verde: O Outono Se Aproxima
O Clima: O Artista dos Tons Outonais
O clima é o grande escultor das cores do outono. Quando dias ensolarados são seguidos por noites frias, o resultado são cores mais vivas e vibrantes. Nessas condições, a produção de antocianinas aumenta, intensificando os tons vermelhos. Por outro lado, um outono mais nublado ou quente pode resultar em folhas de coloração mais apagada.
A umidade do solo também exerce uma influência direta. Se no final do verão ocorrer um período de seca, a queda das folhas e acelerada e junto desta a alteração na intensidade das cores. Em contraste, um outono mais úmido tende a preservar por um período mais longo as cores das folhas, dando a quem observa mais tempo para apreciar a beleza da estação.
O Clima e as Cores do Outono
As condições climáticas durante o outono desempenham um papel crucial na intensidade e variedade de cores que vemos nas folhas. Dias ensolarados e noites frias tendem a realçar os tons vermelhos, pois essas condições favorecem a produção de antocianinas. Em contrapartida, se o outono for mais nublado e quente, as folhas podem não exibir cores tão vibrantes.
Outro fator importante é o nível de umidade do solo. Um período de seca no final do verão pode acelerar o processo de mudança de tonalidade e queda das folhas, enquanto um outono úmido pode prolongar o processo, resultando em um espetáculo de cores mais duradouro.
Preparação para o Inverno: A Queda das Folhas